Google+ Na Estante da Biblioteca: Nós amamos Carlos Drummond de Andrade!

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Nós amamos Carlos Drummond de Andrade!



   Com esse amor por esse mineiro emanando em nossos corações e também pelo fato de ser um escritor bastante contemporâneo muito utilizado em vestibulares e simplesmente adorado pelo nosso querido (e temido!) ENEM, decidi postar aqui no blog, análises de poemas de Drummond que possivelmente caiam nos vestibulares da vida e também para aqueles que o amam e admiram seus escritos e ainda aqueles outros que acham que ele é um gênio e, como a maioria, não entendem nada do que ele escreve.


    Primeiramente eis aqui uma pequena introdução:
    Drummond talvez seja o mais importante poeta brasileiro por várias razões. Ele conseguiu criar um estilo inconfundível. Soube, mais do que qualquer outro, imprimir uma expressão dramática à identidade mineira, e à brasileira, em geral. Sua poesia não deriva de nenhum ismo e não demonstra influência marcante de ninguém. Sua lírica foi a mais radical e a mais consciente que houve entre nós. Vale lembrar que ele está inserido na Segunda Geração do Modernismo. 

    Hoje teremos aqui dois poemas e suas respectivas análises. Vamos lá?!


1-Mãos dadas



"Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente."


Análise:
É um poema metalinguístico pois o poeta faz uma reflexão sobre o ato de escrever.
•O eu-lírico fala sobre o que ele quer para a sua poesia e tudo aquilo que não serve para a mesma. 
•Drummond fala que a vida, o amor, incidentes pessoais, fala sobre a morte, aniversários, lembranças que remetem à infância, o corpo e tudo aquilo que representa devaneios românticos NÃO CABEM EM SUA POESIA. 
•Para ele mesmo só o que vale é o reino das palavras. Drummond acaba negando o peso do mundo e dos acontecimentos. 
•o lirismo é firme e abstrato, feito de essências, já o corpo é pesado e nada tem a ver com o lirismo. 
•Para o poeta, temos que ser pacientes e deixar o poema fluir. 
•o poeta acaba por negar os procedimentos românticos. 
•Características estéticas herdadas por ele da Primeira Geração Modernista e abordadas nesse poema são: o verso livre, a metalinguagem, os versos brancos (ou seja, sem rimas) e irregulares (ou assimétricos, que são versos de tamanhos diferentes). 


2-No meio do caminho


"No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra."


Análise:
A palavra "pedra" está no sentido conotativo pois exprime um problema, um obstáculo em nossas vidas. 
•As presença das expressões coloquiais: "tinha uma pedra". 
•O verbo "ter" substituindo o verbo "haver" é marca de oralidade lingüística. 
•Observa-se o recurso anafórico (ou seja, o uso de anáforas). 
•Mais uma vez a presença dos versos livres, irregulares e brancos. 




  Então galera aqui estão como prometido as análises de dois dos muitos poemas de Carlos Drummond de Andrade.
 Qualquer dúvida e ou sugestão mande pra gente! Espero que tenham gostado. 
 Próxima parada: Vinicius de Moraes! ❤️ 

 Beijo e até mais LAB's. 


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